Climate Techs, ESG e Créditos de Carbono: tendências de sustentabilidade em 2024 marcam o compromisso das empresas com o meio ambiente
Relatório aponta processos relacionados aos créditos de carbono como uma das tendências para startups Climate Techs em 2024, e projeto de lei que regula o mercado pode entrar em vigor ainda este ano, segundo fundador da B4, primeira bolsa de carbono do Brasil. Com isso, o ESG ganha mais força nas empresas.
É evidente que a temática ao redor da sustentabilidade e do ESG nas empresas vem ganhando corpo há alguns anos, mas em 2024 a tendência é que esses assuntos deixem de ser diferencial e sejam, de fato, algo a ser levado com protagonismo dentro das empresas que querem trabalhar em prol do meio ambiente e do combate às mudanças climáticas.
Dentro desse contexto, um mercado chama a atenção: o mercado de carbono. Ele aparece com destaque e torna-se uma das 4 principais tendências dentro das Climate Techs, segundo relatório produzido pela Endeavor.
E não é a toa que esse tema surge com tanta ênfase, já que, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial se encontra comprometido, atualmente, com o carbono neutro, chamado também de net zero.
Além disso, ainda segundo o IPCC, as emissões de gás carbônico precisam ser reduzidas em pelo menos 43% até 2030, para que não enfrentemos uma crise climática ainda mais alastrada.
“Quando a gente vê o mercado de crédito de carbono em ascensão, não devemos nos ater apenas ao fato de que há uma oportunidade financeira com excelentes projeções para investidores e empresários que vão lucrar com isso, mas devemos comemorar um passo importante no que diz respeito à diminuição da emissão de gases do efeito estufa. Essa diminuição impacta nos efeitos das mudanças climáticas e, principalmente, no que chamamos de aquecimento global, cooperando também para a diminuição deles”, diz Odair Rodrigues, CEO e fundador da B4, primeira bolsa de créditos de carbono do Brasil.
Mercado de carbono como braço do ESG nas empresas
As metas de descarbonização são o ponto de partida para as empresas que têm uma cultura ESG e estão iniciando sua jornada de sustentabilidade, sobretudo àquelas que emitem mais CO2 em suas atividades. Não é à toa que as discussões acerca do projeto de lei que regulamenta o setor estão em evidência desde quando ele foi aprovado pela Câmara dos Deputados, no último dia 21 de dezembro de 2023 – agora o projeto segue para o senado e, caso aprovado, precisará apenas da sanção do presidente da república para começar a valer, de fato.
O projeto de lei cria o SBCE – Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases do Efeito Estufa, que basicamente regula as empresas que estão no Brasil e que emitem mais de 10 mil toneladas de CO2 anualmente.
As empresas que emitem de 10 a 25 mil toneladas do gás, deverão apresentar um plano de monitoramento dessas emissões ao órgão gestor do Sistema, e aquelas empresas que emitem mais de 25 mil toneladas, terão que enviar, obrigatoriamente, um relato de conciliação periódica, todos os anos, ao SBCE.
Ou seja, com a regulação do mercado de carbono no país, o setor deve ficar ainda mais aquecido, tanto em termos financeiros e de investimento (com as negociações de créditos de carbono) mas, sobretudo, em termos de controle e redução das emissões de CO2. Tudo isso amplia a sustentabilidade proposta no ESG dentro das empresas.
“Quando olhamos para o ‘S’ da sustentabilidade, entendemos que existe ainda uma ideia de que a sustentabilidade se constroi apenas com pequenas ações internas, como por exemplo a separação de lixos recicláveis, ou a adoção de regras para colaboradores, como utilizar garrafas d’água ao invés de copos plásticos. É óbvio que essas atitudes são essenciais para iniciar um processo de educação e mesmo de inserção à práticas sustentáveis, mas é indispensável que os empresários saibam que existe um universo muito além dessas pequenas ações quando falamos em sustentabilidade, e aí que entra, por exemplo, o mercado de carbono”, aponta Odair Rodrigues, CEO da B4.
O mercado de carbono surge então como uma alavanca para as empresas, que além de implantar o ESG como forma de se destacar no mercado e prospectar investidores, também colabora com todo o ecossistema que está cuidando da redução das emissões de CO2 na atmosfera.
Jornada de sustentabilidade na B4
Dentro desse contexto que envolve o ESG nas empresas e o mercado de carbono, a B4 – primeira bolsa de crédito de carbono do mundo – vem trabalhando para construir uma espécie de “ponte” para que as empresas possam atravessar as fronteiras da sustentabilidade empresarial como sendo uma estratégia apenas financeira, mas também com a implantação de uma cultura sólida que busca, de fato, preservar o meio ambiente, mitigando e reduzindo a pegada de carbono e ainda colaborando com ações de sustentabilidade corporativa.
Entre as ações realizadas pela B4, está a contratação de novos gestores de sustentabilidade, além de reforçar o posicionamento e o objetivo sustentável da empresa. “Iniciamos 2024 com o propósito ainda mais forte de compromisso com a sustentabilidade e colocamos para dentro do time uma profissional especialista em sustentabilidade corporativa. Entendemos que ter alguém com expertise nessa área é uma alavanca para crescermos ainda mais, com processos bem estruturados e um olhar para a sustentabilidade que vai além de mera estratégia comercial”, conta Odair Rodrigues.
Para 2024 a B4 também tem preparado novidades de reposicionamento, como a estrutura para oferecer todo suporte necessários para as empresas que querem criar ações de planejamento para redução das emissões dos gases de efeito estufa, além de se envolver ainda mais na temática educativa, com cursos e outras formações que serão anunciadas em breve.
“Este ano nós vamos ‘furar bolhas’ com a B4, nos posicionando como colaboradores daquelas empresas que entendem o valor da sustentabilidade corporativa e querem de fato criar projetos que reduzem os impactos negativos no meio ambiente. Se, no início, nós nos posicionamos como uma bolsa de crédito de carbono que visa ser uma ponte de negociação desses ativos, hoje nós ampliamos nosso horizonte, somando a expertise do nosso time em prol de uma mudança total das empresas no que diz respeito à sustentabilidade. Não vamos apenas fornecer um serviço de consultoria, mas sim, investir em inteligência aplicada, com acompanhamento, planejamento e gestão das ações ambientais e climáticas das empresas” conclui o CEO da B4, Odair Rodrigues.
Sobre a B4
Atuar como uma facilitadora no mercado de crédito de carbono: este é um dos principais objetivos da B4, a primeira bolsa de crédito de carbono do Brasil, que foi lançada em agosto deste ano, na cidade de São Paulo, em um evento que reuniu mais de 100 pessoas, entre elas, representantes de fundos de Organizações Não Governamentais (ONGs), empresários e investidores.
Por meio da tecnologia do Blockchain, a B4 apresenta uma solução que transforma os ativos, ou seja, faz com que os registros de crédito de carbono sejam imutáveis, evitando a duplicidade dos créditos e garantindo um ambiente transparente e seguro.
“A B4 surge exatamente com o propósito de atuar como uma facilitadora neste mercado de crédito de carbono, que é extremamente valioso e está crescendo com muita força, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Nossa expectativa é de que a empresa movimente até R$ 12 bilhões em crédito de carbono no primeiro ano. Por isso, a regulação nacional deste mercado é muito importante para nós e também para todas as empresas e órgãos realmente preocupados com a sustentabilidade global”, diz Odair Rodrigues.
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