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Reforçando expectativas para o mercado de carbono em 2024 e levantando debate sobre a economia verde, seminário reuniu líderes no último dia 13

Cerca de 100 pessoas marcaram presença no seminário que abordou questões relacionadas aos créditos de carbono, finanças regenerativas, blockchain, ESG e sustentabilidade.

Aconteceu na última segunda-feira (13) no AYA Earth Partners, em São Paulo, o seminário “Ação Climática em Foco”, um evento da B4 – primeira bolsa de crédito de carbono do Brasil – e da DEEP, com realização da AWA Growth Partner, que reuniu cerca de 100 participantes que acompanharam, em 4 painéis, especialistas que discutiram temas relacionados ao universo da chamada “Economia Verde”. 

Entre os temas discutidos, os especialistas debateram a respeito da regulamentação do mercado de carbono, discutindo sobre os dois mercados existentes – o regulado e o voluntário – trazendo perspectivas jurídicas e técnica sobre a PL 412, que regulamenta este mercado. Um ponto de destaque deste painel, foi a fala de Arthur Covatti, CEO e Cofounder da DEEP, que citou a importância das florestas no contexto do mercado de carbono. “Cerca de 40 gigatoneladas de CO2 são emitidas por ano, e dessa quantidade, cerca de 5 a 6 gigatoneladas estão ligadas à destruição de florestas tropicais” disse Covatti, provocando uma reflexão a respeito do desmatamento. 

Outro painel tratou sobre as finanças regenerativas (ReFi), que se referem, basicamente, ao conceito de uma solução que auxilia na resolução de problemas do mercado e do meio ambiente por meio do Blockchain. O objetivo desse modelo é permitir que empresas e pessoas tratem de suas iniciativas sustentáveis de forma mais acessível e transparente. 

Neste painel, Luiz Fernando Quaglio, Sustainability Specialist ESG no Banco BV, destacou o compromisso dos bancos com esse modelo: “a ideia é que até 2030 os bancos possam assegurar para onde os recursos dos fundos de investimentos estão indo, e a tecnologia Blockchain é uma das responsáveis por essa transparência”. Além de Quaglio e os outros convidados, o painel sobre ReFi teve a presença de Michelle Borges, consultora de ESG e Sustentabilidade no Bureau Veritas Group, que trouxe uma reflexão a respeito da importância das empresas olharem para além dos créditos de carbono. “É preciso que as empresas tenham um olhar macro para comunicar suas ações ESG, focando em todo ecossistema. Ou seja, é preciso comunicar as ações sociais também e, dentro do pilar da sustentabilidade, todas as questões em torno da temática, de forma a olhar para um todo”, disse Borges. 

Seguindo com os painéis, a questão da rastreabilidade do crédito de carbono também foi debatida, com foco no blockchain, que é a tecnologia por trás dos registros completos e inalteráveis das transações de crédito de carbono. Assim como dito no evento pelo CEO da B4, Odair Rodrigues, “o blockchain previne fraudes e duplicações nas transações de compra e venda dos créditos de carbono, contribuindo com a integridade desse mercado, que promete avançar ainda mais em 2024”. 

Ainda no painel sobre rastreabilidade, Fabrício Tota, Diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin destacou a segurança do Blockchain: “a rastreabilidade e a imutabilidade dos registros de dados na tecnologia do Blockchain são dois pontos essenciais quando falamos em segurança dos registros de dados. Essa segurança é a solução que a indústria precisa, inclusive quando falamos em compra e venda de créditos de carbono”, disse.

Para finalizar o evento, foram convidados representantes de algumas empresas membros da AYA Earth Partners, que compartilharam iniciativas de ação climática realizadas por elas, além de apresentarem indicadores e informações reais sobre o impacto dos negócios no ecossistema dos chamados “negócios regenerativos”. 

O seminário ainda trouxe grandes expectativas para 2024, que deve ser ainda mais promissor para o mercado de carbono. “A pauta das mudanças climáticas e mercado de carbono é uma pauta que começou a ser levantada há algum tempo, mas que vem ganhando ainda mais destaque agora, já que estamos passando por um período importante com a regulamentação do mercado de carbono, e sentindo na pele os efeitos das mudanças climáticas. Para o ano que vem, a temática acerca da sustentabilidade, ESG nas empresas e, claro, os créditos de carbono, ficará ainda mais em evidência”, disse Odair Rodrigues, CEO da B4. 

Sobre a B4

Atuar como uma facilitadora no mercado de crédito de carbono: este é um dos principais objetivos da B4, a primeira bolsa de crédito de carbono do Brasil, que foi lançada em agosto deste ano, na cidade de São Paulo, em um evento que reuniu mais de 100 pessoas, entre elas, representantes de fundos de Organizações Não Governamentais (ONGs), empresários e investidores.

Por meio da tecnologia do Blockchain, a B4 apresenta uma solução que transforma os ativos, ou seja, faz com que os registros de crédito de carbono sejam imutáveis, evitando a duplicidade dos créditos e garantindo um ambiente transparente e seguro.

“A B4 surge exatamente com o propósito de atuar como uma facilitadora neste mercado de crédito de carbono, que é extremamente valioso e está crescendo com muita força, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Nossa expectativa é de que a empresa movimente até R$ 12 bilhões em crédito de carbono no primeiro ano. Por isso, a regulação nacional deste mercado é muito importante para nós e também para todas as empresas e órgãos realmente preocupados com a sustentabilidade global”, diz Odair Rodrigues.

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